Fragmentos, contos, poemas, pensamentos e desabafos.

quinta-feira, 22 de março de 2012

Olhos de Bolita

Meus olhos andam tão apagados e pequenos desde que não olharam mais os teus
Nem parecem mais os mesmos
Estes, que uma vez já foram grandes e brilhantes, agora, são foscos e miúdos
Uma parte de você, sempre refletiu em mim
Sem você aqui pra me iluminar, nem eu consigo me ver
O espelho se espanta toda vez que apareço
Aposto que se pergunta "Por que não estás inteira?"
Se eu pudesse, responderia:
-Sem que eu sentisse, meus pedaços foram sendo levados de mim, meu amigo
O vazio se esconde atrás de cada alegria
O buraco que tenho em mim, apenas mostra o tanto que transbordei
Meus olhos sem vida no espelho, são a lâmpada que queimou de tanto brilhar

quarta-feira, 7 de março de 2012

Dor

A dor que eu sinto é algo tão íntimo, tão meu.
Podem tirar minhas alegrias, mas a tristeza sempre estará comigo.
Eu posso esmigalhar meu coração, pisar em cima, cuspir e colocar de volta, sem que alguém ao meu redor perceba.
Minha felicidade é compartilhada, mas meu sofrimento é sozinho;
Esse, não divido.
Minha dor é minha.
Ninguém vê e ninguém sente.
É uma plantinha que nasceu comigo, como uma erva daninha, que foi ganhando meu afeto e que cultivo com muito apreço.
Se vê que é antiga pelas raízes que formou em mim.
E de vez em quando, me dá frutos.
Porém, é preciso aparar com cuidado seus galhos, para que não transborde de mim.
É minha.
E de mais ninguém.