Fragmentos, contos, poemas, pensamentos e desabafos.

quarta-feira, 15 de junho de 2011

Alma que sangra

Era noite, uma noite calada.
Sem vento, nem frio e nem calor.
Um jovem estava sentado nos degraus da entrada de sua casa;
Casa antiga e de esquina, daquelas bem escuras, mesmo tendo a pintura clara nas paredes.
Móveis antigos e poucos, casa meio descuidada, típica de um jovem adulto morando sozinho.

O rapaz nos degraus fumava e tomava alguma bebida, parecia uísque ou conhaque.
A rua estava deserta, parecia não haver uma alma sequer naquela cidade monótona.
Ele, então, bebericou o final de sua bebida, terminou seu cigarro e levantou com o copo vazio em sua mão. Foi em direção à cozinha, que parecia mais um balcão de bar no final da sala.
Largou seu copo no balcão, tirou uma vela de uma gaveta aberta embaixo dele, acendeu;
Olhou para ela por alguns instantes.
Fechou os olhos e virou-se de costas, abaixou e pegou uma corda.
Subiu na cadeira de madeira que ali estava, amarrou a corda em uma das vigas do forro aberto de sua casa e pulou.
Seguro, entorpecido de dor, e decidido.
Deu fim a sua jovem e breve vida.
Libertou sua alma que, agora, parava aos poucos de sangrar.